PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM: UMA NOVA CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS - EJA

ANTONIO CARLOS DOS SANTOS CRUZ

Resumen


Delimitou-se como objetivo geral do trabalho identificar como se dá o processo de avaliação da aprendizagem na Educação de Jovens e Adultos (EJA), se está sendo eficiente e que critérios e indicadores podem ser apontados como relevantes para avaliar a qualidade do ensino da EJA nas escolas municipais de Vila Velha-ES. Dentre os objetivos específicos do projeto estão: verificar qual (is) tipo (s) de avaliação está (ao) sendo utilizado (s) na EJA; apresentar uma conceituação teórica a respeito da avaliação e da EJA; analisar como e com quais objetivos estão sendo usadas as avaliações na EJA; caracterizar a instituição escolar alvo da pesquisa e a visão dos alunos em relação à EJA na escola na qual estão matriculados. A justificativa do estudo está na necessidade de mostrar aos professores que para trabalhar com os alunos da EJA têm que estar preparados para lidar com sujeitos de classes sociais diferenciadas e incorporar no processo educativo a experiência e conhecimentos que esses sujeitos trazem para a escola. Outro ponto relevante a se destacar é o fato de que a avaliação escolar tem também a função de controle, expressando os resultados em notas ou conceitos, que comprovam a quantidade e a qualidade dos conhecimentos adquiridos em relação aos objetivos. A análise dos resultados de cada aluno e do conjunto de alunos permite determinar a eficácia do processo de ensino como um todo e as reorientações necessárias. Para superar a concepção de avaliação dominante nas escolas, não basta simplesmente mudar suas funções, seus parâmetros e seus instrumentos. O problema da avaliação não poderá ser visto e analisado com outro enfoque enquanto subsistir a mesma teoria do conhecimento para sua análise. Portanto, é necessário construir uma proposta teórica distinta, que se fundamente em outra concepção de homem, sociedade, educação, ensino e aprendizagem. Em relação à metodologia, optou-se pela pesquisa bibliográfica, com análise de livros, revistas, publicações avulsas e demais meios de informações que dizem respeito à avaliação educacional. Outro critério a utilizado foi a pesquisa de campo, através de questionários direcionados a professores e alunos que participam da EJA. A amostra compreendeu 5 escolas da Região V do município de Vila Velha-ES, com seus 50 professores e 200 alunos. As conclusões do estudo mostraram que a função mais compatível com todo e qualquer processo avaliativo da EJA é a de apoio, de instrumento auxiliar, de valorização, com papel de intermediação entre a realidade existente e a possivelmente necessária. Neste contexto de valorização da avaliação escolar na EJA e do processo ensino-aprendizagem é que surgiu o interesse em aprofundar os estudos a respeito da avaliação como um verdadeiro ato de crítica, que possibilita a visão do estado atual, abrindo horizontes para novos caminhos, que levam à participação competente na vida social, suscitado em um instrumento capaz de proporcionar o crescimento ao indivíduo.

Citas


ANDRADE, R. C. Avaliação Escolar: novas perspectivas. AMAE. Belo Horizonte: n. 282, p. 29-33. 1999.

ARANHA, M. L. A. História da Educação. 2 ed. São Paulo: Moderna, 1996.

ARROYO, M. G. Educação de jovens-adultos: um campo de direitos e de responsabilidade pública. In: SOARES, Leôncio; GIOVANETTI, Maria A.; GOMES, Nilma L. Diálogos na educação de jovens e adultos. Belo Horizonte/MG: Autêntica, 2005. p. 19-50.

BAUMAN, Z. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 2001.

BEISIEGEL, C. R. Estado e educação popular. São Paulo: Pioneira, 1974.

BRASIL. Alfabetização e Diversidade. Coleção Cadernos de EJA. Brasília: MEC, 2006.

______. Alfabetização e Diversidade Diretoria de Políticas de Educação de Jovens e Adultos. Princípios da Educação de Jovens e Adultos. Brasília: MEC, 2014.

COOK-GUMPERZ, J. A construção social da alfabetização. Porto Alegre: Artes Médicas, 1991.

COUTO, M. No Brasil só há um problema nacional: a educação do povo. Rio de Janeiro: Jornal do Comércio, 1933.

CUNHA, C. M. Introdução – discutindo conceitos básicos. In: SEED-MEC. Salto para o futuro – Educação de jovens e adultos. Brasília, MEC, 1999.

DIAZ BARRIGA, A. Tesis para una teoría de lá evaluación y sus derivaciones en la docencia. Didácta y curriculum: convergencias en los programas de estudio. México: Ediciones Nuevomar. 1992.

FEITOSA, S. C. S. Método Paulo Freire. Princípios e párticas de uma concepção popular de educação. 1999. (Mestrado) 154f. Universidade de São Paulo. Faculdade de Educação. São Paulo, 1999.

FRANCO, M. L. P. B. Pressupostos Epistemológicos da Avaliaçao Educacional. Cadernos de Pesquisa, n. 74, p.63-7, ago. 1990.

FREITAS, L. C. Ciclos, seriação e avaliação. São Paulo: Editora Moderna, 2003.

FREIRE, P. A importância do ato de ler. São Paulo. Cortez, 1986.

______. Pedagogia da Autonomia - Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1997.

______. Pedagogia do Oprimido. 17ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2001.

FREIRE, P; BETTO, F. Essa escola chamada vida: depoimentos ao repórter Ricardo Kotscho. 14.ed. São Paulo: Ática, 2007.

FRIGOTTO, G. Os circuitos da história e o balanço da educação no Brasil na primeira década do século XXI. Revista Brasileira de Educação, v. 16, n. 46, jan./abr. 2011.

GADOTTI, M.; ROMÃO, J. E. (org.). Educação de jovens e adultos: Teoria, prática e proposta. 12 ed. São Paulo: Cortez: Instituto Paulo Freire. 2011.

GADOTTI, M. Paulo Freire: uma biografia. São Paulo: Cortez: Instituto Paulo Freire; Brasília, DF: Unesco, 1996.

GHIRALDELLI JUNIOR, Paulo. História da educação brasileira. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2006.

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

HADDAD, S.; DI PIERRO, M. C. Escolarização de jovens e adultos. Revista Brasileira de Educação, São Paulo, n. 14, p. 108-130, 2000.

HADDAD, S. Estado e Educação de Adultos (1964-1985). São Paulo: Faculdade de Educação da USP, 1997.

HOFFMANN, J. Avaliação mediadora: uma prática em construção da pré-escola à universidade. Porto Alegre: Educação e Realidade, 1993.

______. Avaliação: mito e desafio. 23 ed. São Paulo: Editora Mediação, 1998.

______. Avaliar para promover: as setas do caminho. Porto Alegre: Mediação, 2001.

MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Metodologia científica. São Paulo: Atlas, 1991.

MICHEL, M. H. Metodologia e pesquisa científica em ciências sociais. 2. ed. São Paulo. Atlas, 2009.

LAFFIN, M. H. L. F. Educação de jovens e adultos e educação na diversidade. Livro 1. Florianópolis: NUP – Núcleo de Publicações do CED, 2011.

LIMA, A. O. Avaliação escolar: julgamento ou construção? Petrópolis: Vozes,1994.

LUCKESI, C. C. Avaliação educacional escolar: para além do autoritarismo. In: Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo: Cortez, 1995.

______. Avaliação da aprendizagem escolar. 12ª ed. São Paulo: Editora Cortez, 2002.

______. Avaliação da aprendizagem: componente do ato pedagógico, São Paulo: Cortez Editora, 2011.

LÜDKE, M.; ANDRÉ, M. E. D. A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986. PACHER, J. C. Efeitos e sentidos da Avaliação da aprendizagem de alunos e alunas da Educação de Jovens e Adultos. 2011. (Mestrado). 81 f. Universidade Regional de Blumenau. Blumenau, 2011.

PAIVA, V. P. Educação popular e educação de adultos. São Paulo, Loyola, 1970.

______. Educação popular e educação de jovens e adultos. Rio de Janeiro: Edições Loyola, 1973.

______. Os sentidos do direito à Educação para Jovens e Adultos. Rio de Janeiro: FAPERJ, 2009.

PAIVA, J.; OLIVEIRA, I. B. (org.). Educação de Jovens e Adultos. Petrópolis RJ: DP et al: Coleção: Pedagogias em Ação, 2009.

PERNALETE, L. Hacia una didáctica popular de la historia. Cuadernos de Educación, Venezuela, nº 48, set./out. 1977.

PICONEZ, S. B. Educação escolar de jovens e adultos. 7. ed. Campinas: Papirus, 2009.

PINTO, A. V. Sete lições sobre educação de jovens e adultos. 6. ed. São Paulo: Cortez. 1989.

RIBEIRO, M. L. A formação política do professor de 1º e 2º graus. São Paulo: Cortez, 1994.

ROMÃO, J. E. Avaliação Dialógica: Desafios e perspectivas. São Paulo: Cortez, 1998.

SANT'ANNA, I. M. Por que avaliar? Como Avaliar? Critérios e instrumentos. Petrópolis: Vozes, 1995.

SAUL, A. M. Avaliação emancipatória: desafio à teoria e à prática de avaliação e reformulação de currículo. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2000.

SILVA, C. Avaliação dos processos formadores dos educandos. Belo Horizonte: Secretaria Municipal de Educação, 1996.

SOARES, M. Avaliação educacional e clientela escolar. In: PATTO, Maria Helena de S. Introdução à psicologia escolar. 2 ed. São Paulo: T.A. Queiroz, 1991.

______. Linguagem e Escola – uma perspectiva social. 12ª Ed. São Paulo: Ática, 1996.

UNESCO. Alfabetização de jovens e adultos no Brasil: lições da prática. Brasília: UNESCO. 2008.

VASCONCELLOS, C. S. Avaliação da aprendizagem: práticas de mudanças. São Paulo: Libertad - Centro de Formações e Assessoria Pedagogia, 1998.

VERGARA, S. C. Métodos de pesquisa em administração. São Paulo: Atlas, 2005.

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos procesos psicológicos superiores. 7. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2008. VEIGA, I. P. A. (coord.). Repensando a didática. Campinas: Papirus, 1998.

VILA VELHA. Regimento Comum das Escolas Municipais de Vila Velha. IN: EJA – Educação de Jovens e Adultos. Vila Velha: Prefeitura Municipal de Vila Velha, 2008


Texto completo: PDF

Refbacks

  • No hay Refbacks actualmente.