POLÍTICAS DE COTAS RACIAIS: PERCEPÇÃO DOS ALUNOS COTISTAS NO ENSINO SUPERIOR

Cleide Lucia Marques Theodoro

Resumen


O presente estudo teve como objetivo analisar a percepção dos alunos cotistas da faculdade de Letras do Curso de Português-Literatura da Universidade do Rio de Janeiro a respeito do sistema de cotas e política de permanência. Com o propósito de atender ao objetivo proposto, a presente pesquisa aborda o enfoque qualitativo, com o método fenomenológico, produzindo dados descritivos. O estudo foi realizado na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Os participantes da pesquisa foram 10 alunos cotistas do curso de portuguêsliteratura. O método utilizado para a coleta de dados foi a entrevista em profundidade. Os dados foram organizados em categorias de análise e interpretados a partir da analise de conteúdos, de acordo com Bardin (2015). Nos resultados, constatou-se que os estudantes cotistas do curso de Letras-literatura da Universidade Federal do Rio de Janeiro, participantes desta pesquisasão autodeclarados negros, com idade entre 18 e 32 anos, dos dez respondentes apenas dois são casados, dentre eles somente dois alunos tem filhos, quatro alunos possuem profissão, dois são estagiários e dois alunos não trabalham. Pode-se considerar que a maioria têm um nível de renda familiar relativamente baixo. Concluiu-se que os alunos cotistas evidenciam que a política de cotas é essencial e necessária para diminuir as desigualdades sociais que foram historicamente construídas no Brasil Relataram que o sistema de cotas apresenta fragilidades, devido existirem pessoas que não estão cadastradas no sistema de cotas e são beneficiadas. Constatou-se às necessidades e dificuldades enfrentadas pelos alunos para permanecer na UFRJ. Em síntese, as principais dificuldades dos estudantes envolvem a locomoção e/ou transporte público, em decorrência da distância entre a moradia e a universidade e do difícil acesso à UFRJ, devido a mesma está situada na Ilha do Fundão; a grade curricular e a dificuldade de acompanhar as disciplinas; a falta de recursos financeiros para arcar com as despesas necessárias à manutenção na universidade, a discriminação étnica-racial, o preconceito. Com respeito as facilidades, a UFRJ desenvolve programas como as bolsas de monitorias e bolsas científicas, mas nem todos os alunos cotistas tem acesso.

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